domingo, 18 de outubro de 2009

"Muita aflição, muita dor, muitas lágrimas, muitas preces; muitos votos e ladainhas, muitas bofetadas em si mesmo, muitas demonstrações de contrição e muitos clamores a Nossa Senhora: disto se exceptuava uma única alma - um escravo - que começara a fazer grandíssima festa, agitando-se desvairadamente e comendo doces, que não faltavam. Gritava de júbilo. Saltou para a água que entrara na nau; e, nadando nela como num tanque, dava mergulhos e zombava dos mais, clamando que enfim já era livre. Sim! Ia morrer, mas era livre!"

A Catástrofe da Nau "Santiago", em 17 de Agosto de 1585


in História Trágico-Marítima


Autor Desconhecido, Adaptação de António Sérgio

1 comentário:

dalmata disse...

E existe um conceito abrangente de Liberdade...?

Existe um individual...?

Para sermos livres também precisamos olhar para longe de nós...