terça-feira, 10 de julho de 2007
A ORDEM DOS JORNALISTAS
O "Público" de hoje tem uma capa histórica. Em cinco fotografias elegantemente alinhadas ao alto, sob o sugestivo título de "nota oficiosa", os portugueses em geral e os jornalistas em particular ficam a conhecer a nova Ordem.
Estes quatro cavalheiros e esta senhora são a Ordem dos Jornalistas. Claro que usam o nome "light" de Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
Estes quatro cavalheiros e esta senhora estão imbuídos do louvável e constitucional propósito de "assegurar o livre exercício do direito à informação e à liberdade de imprensa".
Para quem não entenda, estes quatro cavalheiros e esta senhora são a Ordem dos Jornalistas que temos.
Eu também acho institivamente graça a slogans provocatórios tipo "Sou Jornalista. Não me metam na Ordem". Mas estes quatro cavalheiros e esta senhora, como lhes compete, ignoram olimpicamente palavras de ordem e sabem melhor do que eu, que andava de fraldas nessa altura, que o PREC prescreveu.
Eu às vezes tenho de trabalhar nas fronteiras do certo e do errado para em consciência sentir que estou a trabalhar bem, quero dizer, a "assegurar o livre exercício do direito à informação e à liberdade de imprensa".
Por isso, telefono a todas as horas a dois ou três jornalistas mais velhos que reconheço como jornalistas e bombardeio-os com perguntas.
Mas não me revejo nestas pessoas. Não, também não tenho nada contra elas. Simplesmente não as conheço, nem tive ou terei o interesse de as adoptar como referências.
Pormenor importante, não votei nelas. Nem sequer pude abster-me olimpicamente, porque elas não foram candidatas.
Por isso, aborrece-me que se comportem como bastonários.
Os jornalistas, por razões que eu até entendo, mas acho que prescreveram, não quiseram ser metidos na Ordem. Vai daí, como os legionários dos livros do Astérix, foram nomeados voluntários. Foram metidos na Ordem.
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