terça-feira, 3 de março de 2009

O SEGREDO DA INVESTIGAÇÃO



Não há como falar do que sabemos. Ainda agora vi o Pôncio Monteiro, no TVI 24, a queixar-se de arbitragens e achei uma delícia.

À procura do Pôncio passei por aqui e fui novamente deleitado.

A Procuradoria-Geral da República telefonou para a Lusa a tranquilizar os portugueses contra os tais jornais que "abusam" da liberdade. Afinal, «não houve qualquer violação do sistema informático». Quer-se dizer, ninguém sacou umas coisas do computador de um procurador que investiga o Freeport. Sim, é disso que fala este "comunicado" da PGR, para mim e para quem leu o Sol este sábado (admito que para a Lusa não, porque não pode abusar, nem o Viana brinca em serviço).

Ainda pensei que a PGR vinha, mais uma vez, dar argumentos às indefesas vítimas da campanha negra, como naquelas entrevistas e comunicados em que explicou que não há suspeitos, pa-ta-ti, pa-ta-ta, estão a ver, «nada».

Erro meu, que cheguei ao segundo parágrafo.

Desta vez, sempre aconteceu qualquer coisa: «Apenas (sic, segundo a Lusa) foram detectadas tentativas de intromissão e anomalias no funcionamento da rede, que estão ultrapassadas».

Ora, que coisa! Sempre houve crime, pelo menos na forma tentada. Considerando a sofisticação própria da pirataria informática, era suposto que não tivesse deixado rasto, ou a ter deixado que não permitisse conclusões imediatas quanto ao grau de sucesso da operação.

Novo erro meu, a tentativa foi fracassada. Presumo eu, que não tenho emenda, que a PGR detectou a origem do ataque e talvez tenha até obtido a confissão de incompetência do próprio atacador.

Nada disso, continuo a bater ao lado: «continuarão a ser feitas diligências no sentido de detectar a origem das fracassadas tentativas de intromissão, com recurso aos meios técnicos adequados, correndo, com esse fim, um inquérito criminal no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa».

Fica o atacador avisado. A PGR anda atrás dele. Como ele não roubou nada deve ser para lhe dizer: "Nha, nhem, nhem, nha, nha, nha, falhaste!".

Está bem, é divertido. Não me gozem é com aquela frase estafada, de que o segredo de justiça também serve para proteger a "investigação".

Sem comentários: