quarta-feira, 27 de maio de 2009

PORTUGAL D'HOJE COMO HÁ DEZ ANOS

«Em Portugal já não se usam palavras. Usam-se meias palavras para tudo, do insulto ao elogio, da ordem à sugestão. A palavra de ordem é não hostilizar, contemporizar, dialogar, negociar, enganar, se for preciso! – mas não agitar.

Ser politicamente correcto é, nos dias de hoje, tão imprescindível como o telemóvel. Quem não é não está contactável. Pior: não é contactável.

Todas as suas perguntas têm cabimento no JornalD’Hoje. A nossa função é essa, perguntar e obter resposta às perguntas. E quando os senhores que se sentam na coisa pública como se fosse só deles torcerem o público nariz de desagrado pela insistência (...) há sempre uns que se calam.

Gostaria de dizer aos leitores deste jornal que há sempre uns quantos outros que perguntam outra vez o que querem saber e mais outra e outra (...) até à resposta final. E que depois vão confirmar a resposta.

Têm um nome, esses. Chamam-se jornalistas. Bem vindo ao mundo da informação regional, com qualidade nacional.»

RUI VASCO NETO
Editorial do número zero do Jornal D'Hoje
9 de Dezembro de 1999

Quem quiser saber melhor como foi há dez anos, faça o favor de se divertir.

Quem quiser saber como é hoje, faça o favor de abrir os olhos.

1 comentário:

Debaixo do Bulcão disse...

Concordo: façam o favor de abrir os olhos! E divirtam-se!

António Vitorino