Os cegos portugueses vão voltar a aparecer na televisão.
O último mês tem sido um fartote. Toda a gente fala em nome deles, toda a gente afinal tinha uma solução no bolso.
No nosso paradigma mediático tornou-se normal afastar os protagonistas reais das histórias.
Passei este tempo a falar com centenas de pessoas. Segunda-feira à noite elas contam o que há para contar.
P.S.: A Grande Reportagem "Em Terra de Cegos..." pode ser vista
aqui.
9 comentários:
No nosso paradigma tornou-se normal desrespeitar o sofrimento humano, só assim se compreende a bandalheira das listas de espera em Portugal.
Os cegos ou outros não deviam só contar o que lhes aconteceu, todos os que precisaram do SNS e não tiveram acesso atempado deviam processar o Estado (e ganhavam garantidamente). A nuance estava no pagamento das indemnizações.
Pagavam os responsáveis. Metade os médicos que não cumprem horários no público, têm uma média de cirurgias/ano miserável e cobram, no privado, aos que não operam no público sabendo que, muitas vezes, estes doentes mal têm dinheiro para viver!
Metade pagavam os políticos porque permitem que a bandalheira continue e não fiscalizam a produtividade destes abutres, alguns chegam a ter como média 2 cirurgias/ano.
Muitos Parabéns Sr. Carlos. Belissima Reportagem.
Cumprimentos de mais um revoltado.
Pedro Amado
Parabéns. Finalmente um jornalista que faz as perguntas que gostaríamos de fazer, da forma exacta e rigorosa, sem os salameleques e eufemismos que muitos utilizam porque "nunca se sabe"...
Vi a reportagem na TVI e, se não for premiada, é porque há muitos mais cegos do que os que pensamos...
Caro Carlos Enes
Gostava de dar-lhe os parabens pelo seu excelente trabalho em expôr os graves problemas do sector da saude em Portugal.
Louvo a sua coragem em afrontar os problemas e em colocar questões dificies e sem qualquer ambiguidade aos médicos e decisores politicos.
A sua sugestão de que as listas de espera existem e dificilmente serão eliminadas porque a sua propria existencia é garantia de trabalho nos consultorios privados, tem toda a relevância e penso que reflecte bem o que todos os utentes pensam.
Continue o seu excelente trabalho.
caro carlos enes,parabens pelo fantástico desempenho e coragem,em abordar um polvo que se alimenta a ele mesmo.a pergunta parece demasiado obvia e altamente perturbadora,"a quem interessa que hajam listas de espera?quem beneficia com as listas de espera?" ora todos sabemos que o diagnóstico está feito á muito.paguem bem a quem trabalha,seja publico seja privado e exijam produtividade.tão simples que até parece irreal que ninguém o faça....se o poder politico é tão promiscuo quanto a coorporativista ordem dos médicos,isso é um verdadeiro cancro do qual nao nos livraremos.e assusta pensar nisso.e assusta pensar nisso.você meteu-se no meio dos lobos ao fazer esta reportagem e foi extraordinariamente feroz,tão feroz que eu só pude aplaudir,revoltado que estou com a miserável saude deste pais.
Caro Carlos,
Obrigada a si e à TVI por esta reportagem que veio chamar a atenção para uma questão que, pelo menos para mim, era desconhecida.
No entanto, gostaria de fazer uma crítica. Não sou jornalista nem pretendo dizer-lhe como fazer o seu trabalho, mas na minha opinião de espectadora senti que faltou ouvir de facto o outro lado. Houve demasiadas interrupções e cortes nos discursos de médicos e responsáveis que visitou. Penso que faltou a imparcialidade necessária para que os espectadores tivessem dados suficientes para formar a sua opinião. Nem todos terão os meios necessários para explorar mais o assunto. De qualquer forma, parabéns pela coragem. Continuação de bom trabalho.
Cristina Ribeiro
Vi agora um tal dr. Breda, presidente da sociedade científica dos oftalmologistas, armado em carroceiro. Mandou calar o do lado e disse "deixa-me esfolar eu o gajo" (sic). O gajo devia ser o CE. É pena que ele não tenha explicado porque é que os oftalmologitas esfolam os doentes todos, a pedirem 2000 euros ou mais por uma catarata. O dinheiro não dá educação!
João José Milhaz
Meu caro Carlos Enes
Como médico e como cidadão tenho vergonha. Vergonha por ver colegas meus de profissão a comportarem-se desta maneira. Vergonha por ver pessoas idosas e fragilizadas, privadas do que é mais belo, de se moverem nas formas e nas cores, a serem utilizadas em nome do vil metal
Obrigado pela sua intervenção de cidadania e pela sua continuada( ainda me lembro dos tempos do Indy) denúncia.
Mas peço-lhe uma coisa e a bem da verdade e da justiça: tente separar o trigo do joio e salientar publicamente que há muitos e muitos médicos que diariamente dão o seu melhor pelos seus doentes
Tenho pena de só agora ter "achado" este blog de qualquer das formas e se ainda for a tempo aconselhava-o a entrar em contacto com a APLO (Associação de Profissionais Licenciados de Optometria), para verificar as dificuldades que eles tem sentido em tentar resolver determinados problemas tais como as listas de esperas nas consultas de Oftalmologia e outras coisas mais.
Nuno Fernandes
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