quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A PALAVRA JUSTA



Não conheço Fernando Lima de lado nenhum, nem sequer saberia reconhecer-lhe a voz.

Nunca votei Cavaco.

Mas esta notícia agrada-me.

A nenhum jornalista deverá ser dado o direito a "fazer a folha" a Fernando Lima por ele eventualmente ter vindo contar uma notícia, por mais falsa que fosse.

Denunciar fontes é uma pulhice.

Quando um jornalista publica é porque acredita, caso contrário não seria digno de ser lido.

Quando um jornalista publica é porque está preparado para assumir as suas responsabilidades. Perante um leitor, um juiz e até um carcereiro.

Sem nunca gritar "ò da fonte!".

Denunciar fontes dos outros é o dobro da pulhice, um dobro tão grande que não consigo encontrar uma palavra suficientemente justa.

5 comentários:

maria disse...

Como escrevi ontem Cavaco nunca deixaria cair Fernando Lima. Parabéns pelo seu texto.

Luís Martins (Coimbra) disse...

Vejo que finalmente anda a ler o seu código deontológico...

"1.O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público."

Todos sabemos quais são as suas opiniões.
Vou-lhe dar a minha: Leia bem o código e tenha ética.

Cumprimentos. Luís Martins.

Luís Martins (Coimbra) disse...

...continuando...

"6.O jornalista deve usar como critério fundamental a identificação das fontes. O jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenciais de informação, nem desrespeitar os compromissos assumidos, excepto se o tentarem usar para canalizar informações falsas. As opiniões devem ser sempre atribuídas.

7.O jornalista deve salvaguardar a presunção da inocência dos arguidos até a sentença transitar em julgado. O jornalista não deve identificar, directa ou indirectamente, as vítimas de crimes sexuais e os delinquentes menores de idade, assim como deve proibir-se de humilhar as pessoas ou perturbar a sua dor."

Parece que desta vez deram um tiro no próprio pé.

Cumprimentos. Luís Martins (Coimbra)

joshua disse...

Nem mais. Um abraço.

dalmata disse...

Há pouco tempo um doente meu pediu-me para ler uma carta que o médico lhe deu.

Ele sabia que tinha um cancro mas não entendia o tratamento que lhe iam fazer e pediu-me que lhe explicasse.

Antes de eu abrir a carta agarrou-me com força nas mãos e pediu-me para não contar nada à sua mulher. Tinha medo de morrer e não queria que ela sofresse ao saber já.

Acompanho este casal e a família há algum tempo sei, de cada um deles, os problemas de saúde e os pessoais.

Sou Enfermeira e nunca me passou pela cabeça não respeitar este pedido.

Não poderia fazê-lo porque estou obrigada ao sigilo profissional e porque a minha consciência não deixaria.

Se revelasse o que não posso poderia perder a minha carteira profissional.

Bem sei que falamos de coisas diferentes mas qualquer jornalista ao revelar as suas fontes não está a provocar danos na vida pessoal dessas pessoas?

Alguém no seu perfeito juízo vai querer contar a este jornal alguma coisa sobre o que quer que seja arriscando-se a perder o emprego e a ter a vida virada do avesso?

Carlos eu acho que não é pulhice, é muito mais do que isso...

Todos os dias, em qualquer lugar, me sinto feliz por seres quem és!

Beijos

Ana Rita Cavaco