domingo, 29 de novembro de 2009

GRIPE A: NOTÍCIAS, SAÚDE PÚBLICA E PROPAGANDA

Sobre a gripe A, as notícias e as políticas de informação e de saúde do governo, entrei em moderado debate com Carlos Arroz, médico e sindicalista que respeito e autor de um "blog" que me dá prazer ler (aqui está um articulista desperdiçado pela nossa imprensa).

Sobre comunicação e política tenho critérios formados ao longo dos anos que me permitem analisar os fenómenos sem me abster de ter opinião. Já sobre a Gripe A, que não estudei nem tratei profissionalmente, sinto-me bastante "verde" e inseguro. Aconteceu o que tinha de acontecer. Levei logo uma porrada à antiga, sobretudo em mensagens trocadas por sms, porque o Carlos Arroz é um cavalheiro mas não perdoa à ignorância e faz muito bem.

Irritado por ter caído na tentação de opinar sem conhecimento "suficiente" de causa desatei a procurar informação de qualidade para as minhas "FAQ", singelas questões que toda a gente andará frequentemente a levantar sobre o assunto sem eu disso me haver apercebido. O meu amigo Arroz aconselhou-me os "sites oficiais", eu aconselhei-o a ler este:

OCHO RAZONES PARA NO VACUNARSE CONTRA LA GRIPE A
Por Juan Gérvas,
Médico general rural, Canencia de la Sierra, Garganta de los Montes y El Cuadrón (Madrid, España), profesor de atención primaria en Salud Internacional (Escuela Nacional de Sanidad, Madrid) y profesor en Salud Pública (Facultad de Medicina, Universidad Autónoma, Madrid)

É um contributo que me parece sério. As questões, FAQ ou não, para mim são três:

1) Esta gripe causa maior mortalidade e morbilidade do que a sazonal?

2) Causa maior mortalidade e morbilidade em crianças, jovens e grávidas, ou outros grupos imprevistos?

3) Está demonstrado o benefício de tomar a vacina?

Respondidas a estas três, podemos enfrentar a questão decisiva:

4) O tratamento comunicacional e os meios alocados pelas autoridades de Saúde ao combate à Gripe A justificam-se, considerando o universo de problemas e a eficiência que deve ser especialmente exigida a uma política de saúde?

Se a estatística confirmar as afirmações do Prof. Juan Gérvas, as repostas são:

Não, não, não e... NÃO!

3 comentários:

Anónimo disse...

Tem aqui um "site" do fabricante dessa "vacina" que o poderá levar a conclusões interessantes. http://health.gsk.com/hcp/H1N1Vaccine/productOverview.htm
De notar que é uma página dedicada a profissionais da saúde.

Carlos Enes disse...

Obrigado ao comentador anterior.
Já li isto:

"There is currently no clinical experience in the elderly (>60 years), in children or adolescents (<18 years) The decision to use Pandemrix™ (H1N1) in any individual of any age should take into account the clinical data available and the disease characteristics of the current influenza pandemic".

E o PDF do RCM - que não autoriza copy paste e eu estou com pressa - é ainda mais claro quanto à falta de certeza disto tudo... por isso eu escrevi num comentário ao C. Arroz que um perito que conheço afirma que o benefício-risco está por demonstrar... e, se não está, Hipocrates diria que...

Anónimo disse...

Quanto a grávidas, nem sequer fazem menção. Porque será?
Por cá e a nível oficial, só existem certezas.
Andam a brincar conosco!!!!!!!!!!