Este apelo de Mário Bettencourt Resendes tem de ser lido por todos:
"Entre as competências do provedor dos leitores do Diário de Notícias está "analisar e criticar aspectos do funcionamento e do discurso dos media que se possam repercutir nas relações com os respectivos destinatários".
É, portanto, com legitimidade inequívoca que se utiliza este espaço para tecer algumas considerações sobre o Estatuto dos Jornalistas, publicado esta semana no Diário da República.
Como é sabido, o diploma tinha regressado ao Parlamento após o veto presidencial da primeira versão. A maioria socialista foi sensível aos reparos de Belém e deixou cair os pontos que tinham sustentado o veto presidencial. E assim se compreende que a lei tenha seguido para promulgação.
Permanece, no entanto, o mecanismo de sancionamento deontológico, previsto para funcionar no seio da Comissão da Carteira Profissional, que foi objecto de contestação por parte de um vasto número de profissionais de informação.
Perdeu-se uma batalha, mas não a guerra.
Se os jornalistas recusarem candidatar-se aos lugares que lhes foram "generosamente" atribuídos na nova comissão, a polícia deontológica criada por via administrativa morrerá antes de ter nascido.
Ou seja, a boicotar. Sem a mínima hesitação".
Mário Bettencourt Resendes
provedor@dn.pt
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